sexta-feira, novembro 07, 2003

ACHTUNG!

WORKING PROGRESS!!!

Tentarei ser breve...

quarta-feira, novembro 05, 2003

Abraço

Abraça o meu abraço,
e abra aspas da couraça...
Casca, roupa, até à poupa
mesma voz antes da boca
onde a mesma siamesa dorme acesa
debaixo d’água
Abraço meu, do meu abraço
solução do meu suor
na nossa massa mágica
absorve,
engole como sem sumo
sou no meio o meu aberto
peito perto, aperto o céu
no voo cego que amalgama
a nossa sombra
escuridão que orbita envolta
cruza a curva do contorno
que te sobe
quando encontra outro contorno
que devolve a mesma sua carne
pele em forma líquida abraçada
mesma agora quem me abraça
quem me abra

dedicado CAT S

Cansado

Dobro, dobro-me no tempo, tento esquecer, mas um som...o som, aquele som, lembra-me de tempos a tempos que terei de me desembrulhar, de saltar...irrita-me! São correntes psicológicas de fantasmas reais, que ululam por entre aquelas quatro paredes alvas, gritam frenéticos, abanam braços à minha imobilidade...dobro mais uma vez... e outra vez... decido, decidido desembrulho-me, salto! Dois passos dados e ali, o reflexo de mim colado no cristal húmido, difuso, espelha mais do que sabe a realidade interna, estou difuso, desfocado, enrodilhado. Estico apêndices ainda não meus, abro mãos ainda não minhas, sigo pernas, sinto corpo. intermitentemente, pausadamente, sou!
Mais cansado que dobrado, sigo agora num carro que teima em gritar nas tangentes desta estrada, deixa atrás uma nuvem cinzenta-cobre, arranca a cada curva do manto, frangas do que já foi vida... e sigo, cansado!
Sinto num banco do tempo, cheiros desconhecidos, rostos ainda adormecidos, caminhamos sentados, num fluxo vespertino de consciência... Jorramos na cidade, batemos, frenéticos, cansados...

A todos aqueles que se levantam, ainda que dormentes!

terça-feira, novembro 04, 2003

em lata do s

Corres, cansas, saltas, descansas...fazes ésses por entre corpos, bates com o corpo, sentes os corpos, encostados, deleitados, mãos inquietas à procura de apoio, num corpo estranho, e de engano agarram o ar, que te divide, tocam-te.. sentes um calafrio, não pelo tempo que corre lá fora, corres tu parada sobre duas linhas de tempo, uma que vai onde queres e outra que deixa o que tens... deixas, queres num grito mudo, convulsivo, vespertino, sacudir gotas de ti, que correm sobre os outros, caiem no chão , pisam, e num ciciar de dedos-palavras, sai agora aos jorros de teus pulmõeso que não é teu mas de todos, o cheiro de todos, "quero sair aqui! com licença! Por favor!" e no desespero... na pressa imóvel, uma voz calma, uma mão alma, pousa em ti a palavra, o carinho de que quer e já tem... "Eu também vou sair...Sai comigo!"...

À C.S. pela palavra...

segunda-feira, novembro 03, 2003

Andas, como quem pisa,
Corres, como quem foge,
Amas, como quem quer,
Dizes, como quem fala,
Ouves, como quem bebe...

Andas, corres atrás de quem amas...
mas..., ouves quem bebe o que pisas e foge do que quer falar?