segunda-feira, abril 25, 2005

Agarrado ao humano incerto

Corria as manhãs com a saudade da noite passada.
Deixava para trás a vontade de querer, a vontade de te ter...
Agora , aqui, deixado de mim, despido de tudo, acredito nos olhos que nos meus caem, acredito na vontade.

Deixo no chão os passos do momento, acordo...

Os olhos custam, os olhos doem nas palavras debruçadas, empurradas da garganta , arrancam-me os dentes, rasgam-me os lábios, saem-me da boca.

A boca acompanha o pensar, rápido, mais rápido...
Até à incompreensão, até ao murmúrio, até à silhueta de mim...

Aqui!

Deixo-te no corpo, guardo-te na mente.
Voavas alto, cais perto.
Agarro-te ao momento, agora.

Amo-te enquanto me pensar.