Minuto seguinte
Ressoava o troar, crescia na medida do tempo, ao minuto descia do alto e caí aqui dentro, batia no peito.
Tremia, a adrenalina subia, o músculo respondia, teso, pronto para o comando ordenado.
A mão segurava o corpo no instável balanço da parede, os vidros reflectiam, o chão cedia, requebrava nas palavras por mim sussurradas, a opacidade do negro, abria os sentidos.
No momento seguinte, o medo, o mais intenso, o mais denso dos sentidos na ponta dos dedos. A força do dedo mental apontava, indicava o caminho, tinha de o seguir, tinha de seguir-Não olhar para trás!
O sonho suspirava num silvo metálico, a realidade escura inundava.
No fundo, a perna cedia passagem à outra, avançava, lentamente, tacteava o frio que envolvia o espaço...
O som do silêncio enchia a cada momento o movimento sincopado do bater.
Surdo, cheio, espesso, o medo do minuto seguinte surgia breve.
Como breve era a minha vida. Aqui.
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