quarta-feira, dezembro 31, 2003

Phenix

Um Recomeçar...
Um Renovar...
Um Retomar...
Um Recriar...
Um Reforçar...
Um Re-acreditar...
Um Renascer...

2004 será um novo ciclo, um grau 0 dos 360º, um voltar a nascer das cinzas...

Felicidades, um sorriso para todos e por todos...

terça-feira, dezembro 30, 2003

Espaço a mais...

Já alguém te disse que ocupas espaço a mais?
Que causas dor demais?
e que mais...
Sentes-te a mais, sentes que não pertences ao que és.

uma ilha isolada no meio da multidão... são momentos desses que tenho vivido nestes tempos, mas ao contrário. Ocupam espaço demais, causam-me dor e que mais... Cinismo encapuçado, num riso de criança adulta à espera de uma recompensa pelo que não fez.
Bêbados sentimentos em corpos ébrios de sentimentos, relaxados ao que os rodeia... nada lhes chega, nada lhes toca... Só sorrisos, alegria, euforia... E os outros?
Só eu os vejo? Os tristes, os sem família, o preto na rua nua, cheia de luz que não aquece, os euros caídos de mãos frias... Não é dinheiro, não o metal que quer, só falar... palavras que aqueçam a vida, fósforos que ateiem a chama...
Sinto-me... Ocupam espaço demais, a mais...
cresce em mim, nestes dias uma pedra na garganta, um nó de estômago... um mal estar, uma raiva de vida...sinto-a ciclicamente, periodicamente, sempre pela mesma altura, baixa, rasante...
Uma palavra, uma mão, uma pele sem medo de outra pele, olhos sem medos de outros olhos... fundos, sem medos de olhos que te despem e te deixam a verdade da insignificância diária que vivemos, também já a tiveram e escapou-se-lhes, num piscar de olhos...

segunda-feira, dezembro 29, 2003

Cansado

Havia já uma semana que esta dor não me escapava. Sentia-a, esporádicamente, ao de leve, que o diabo a leve!, pensava.
Carregava-a sem ter noção que agrafada a ela, um testamento, uma certidão a prazo, com prazo se ia escrevendo... em linhas de sombras, letras de dor.
Sentido, sem sentido, continuava, negava-lhe a existência, com insistência voltava e revoltava.
Dei por mim estendido no chão da sala, onde horas antes crepitava a chama, chegava agora um desmaio frio, de gelo...
um arrastar de corpo até ao telefone. "Tá! Vem-me buscar, acho que desmaiei... Senti uma dor e depois... Não demoras? Até já!"
Acordei com a chave na porta, tinha adormecido novamente...
Mas quem estava mais desperto que nunca era aquela dor... sim! era um corpo que vivia dentro do meu... e comia o meu, substituia-lhe o lugar.
corri dentro de mim em busca de um canto onde não me visse, onde não me chegasse, tinha medo... a cada minuto estava mais morto que vivo, condicionado pela dor, descernimento alterado, corpo cansado, apagado...
"Vais ver que não é nada! Vá! Anima-te, Pá!"
ouvia mas não percebia... como era possível dizer que não era nada?, eu sentia-a, aqui... Sim! e doia mais o que vinha do que o que estava...


Dedicado a todos os que não desistem de lutar... pela VIDA.