quarta-feira, outubro 20, 2004

Euphoría

Descansa o corpo entornado na pedra que fica, rebola pensamentos ao som do azul, sente euforia na ponta dos dedos que roçam o chão...
Corre dentro a música, o ritmo chega até ao músculo cardíaco, assistólica fibrilhação desmedida de vontades, pensa... Dá um passo em falso, cai, retoma o ritmo e desce ao alto de si, sente o vazio que o rodeia, o frio que o agarra...e corre, corre atrás daquilo que imagina, luta na palavra feita sonho, verbaliza o som e canta.
Desce a rua a galope da loucura, fecha a porta atrás, abre a janela com o corpo, quebra o cristal que o divide no espaço, deixa para trás, cai, todo, toldo olhar, turva a vista da pressão...
E caía...
Frémito movimento mental obrigara o corpo... o ritmo não o deixava parar, tinha de continuar, descia o corpo na velocidade, descia o olhar na vontade, nítida imagem vazia, o vazio...
e o ritmo não saia, caía!

P.S. – A ti, euforicamente vivendo dentro de mim...

terça-feira, outubro 19, 2004

Tempus Fugit...

Outrora vida, hoje castanho rolar na berma, esvoaçam ao passar estendendo braços ao alto como quem acredita que pode voltar.
Mudaram o estado, mudam o espaço, cobrirão o tempo devagar, restolho, resto, reserva de vida perene em forma enrugada...
Deixam a quem passa uma vénia, o corpo, esse, jaz nú, húmido, faz amor com o vento, dobra, retorce no gemer...
e o vento suava-lhe o corpo, gotas escorriam até aos pés, amavam o tempo.