Na certeza do incerto , caminhava em passos outonais, calmos, restolhosos, suava de alegria a cada segundo que lhe passava quente pelos lábios da mente... estaria dentro em pouco deitado no calor de corpo alheio, junto, dentro e trocaria, inverteria vontades... Não sabia o que queria, melhor, sabia muito bem o que não queria. Não queria o sonho, porque lhe doía, não queria o carinho, porque marcava a vontade, não queria compaixão porque trazia a pena, não queria um ombro porque lhe doía chorar, não queria a morte porque causava ausência, não queria a vida porque lhe custava crescer, não queria o dom porque lhe pediriam o uso, não queria...sei lá! tanto que não queria que acabava por sonhar com um ombro onde a compaixão da morte o deixava viver o dom eufórico de amar... tatuar na pele dos outros os dentes, rasgar preconceitos-himens até ao sangue...
E gritar:
SOU VIOLADOR DE MENTES