Sabor-a-mim
Tombados, calcados, deixados para trás com a culpa de não saber.
Num desconhecimento tardio, numa tarde deitada na sombra do dia.
No colo descansa agora a noite.
Acordará em breve e na sua negra tela, pintará de prata os corpos agora de fogo.
Num abrir de olhos, verás a cegueira humana forjada, calcada, tombada no chão frio.
Arrepios de mar entrarão pelos teus lábios, sons sairão da areia ...
Num borbulhar intenso, segredar-te-ão aos lábios que degustam as palavras profanadas, desconhecendo os sabores das tuas pupilas.
Num grito mudo rasgo a garganta,
arranco-te a alma.