terça-feira, novembro 11, 2003

Raiva Despudorada

Rasgam-se certezas, quebra-se chão... arrasta a palavra, num grito seguido. Deitam para fora, por fora, bocas escuras, despudor... ai que dor!... Cresce comigo, uma raiva pequenina, de, por fora dos poros chegar, aos momentos... Cresce... Ai que dor!...
Nesse pudor de outros que rasgam caminhos, rasgam certezas, comem o chão que piso...Comem-me, sugam-me e cospem fora...
Grito já, sou eu todo um som mudo, amordaçado por um braço consciência que me cicia ao ouvido...
Luto, retraço, desfaço, e arrumo...
Mas...Ai que dor!
Essa de um pudor no despudor alheio...
Ai que dor! Aperta-me o peito...
Morre a palavra na boca fechada, cerrada, num ranger de dentes... Ai que dor!


P.S.- Resultado de uma frase deitada, aquando de uma ternura demonstrada por alguém. Roubaram o momento mas não roubam o sentimento...

segunda-feira, novembro 10, 2003

Memória-Buraco

Calmo, feliz por momentos, às prestações... feliz por ter uma mão cheia de nada... cheia de pequenos nadas. Meto-a no bolso da memória, na esperança que haja um buraco-negro, donde luz ou outro sinal não possam dele escapar...