Só por opção!
a casa respirava o frio que a embrulhava, aninhado também estava o corpo que tinha dentro dela. Só, no seu mundo escolhido, no seu destino imposto, só! o frio que era a sua vida na noite, o vaguear aleatório pela noite, o instinto, a fome, a necessidade, tinha de aquecer, tinha de ter, possuir, ser possuído... Regressou com a boca colada, a fome exponenciou a ausência, aninhou, embrulhou... Tentou esquecer, adormecer a vontade que despontava no extremo. à entrada o manso pinheiro chorava, o vento que sentiu ao rodar de chave, fê-lo sentir ainda mais, o arrepio vinha de dentro, e saia agudo pela derme. Só! ainda fumara um último cigarro na companhia do ritmo, pés na areia, corpo no sonho, caminhara horas, cansara o corpo até a exaustão, cansara pensamento, refreara vontades, atravessara o deserto húmido da solidão, chegara ao fim, só.
havia alturas em que a solidão não largava a opção, só por opção!