sexta-feira, junho 18, 2004

Sonho pesado

Os olhos fugiam no cobre reflectido, paravam num longínquo infinito certo, rolava de dentro uma gota, descia até ao pescoço, saia de dentro carregada da incompreensão...
Todavia, agora que me penso, aqui, carregado pelo vento da noite, sei que viverei na memória dos que me conheceram, gotejado em traços de luz e sossego alvo...Criei mar, criei espaço, rasguei tempo, rasguei almas...
Pintei campos, deixei sonhos, acreditei derrotado...
Deixei que me levasses, deixei que me tomasses, assim... junto do fundo, dentro do lodo, rastejo rastos de mim, deixando pedaços de ti criados num tempo onde o espaço para as almas fugia.
Hoje sei aquilo que sempre soube, amanhã não será.
tempo.
espaço.
sangue.
cor.
dor.
Vagar entre nada, absorto no silêncio criado...