sexta-feira, março 19, 2004

Amendôas...

O corpo passeava-se pelos cantos da cidade, lembrava searas nas cores que reflectia, os tons acobreados do adormecer do dia , davam-lhe uma aura quase angelical...

Os olhos dos outros desciam mãos languidas pelo seu corpo, sentia-os, repugnava-a ...
Mas aquelas amêndoas, aquelas especificas, essas não a rasgaram de desejo, antes fosse... as caricias quentes que deixaram, nunca mais as esqueceu... desde aquele dia, que espera o seu desabrochar de entre multidões sôfregas, desde esse dia que nunca mais é dia... Amava aqueles espelhos, revia neles o que era e queria, com um simples olhar... entrou nela, penetrou-a como ninguém o fizera até então, tremeu por dentro... abalou o mundo solitário que era o seu...
Tinha-se já cruzado com o AMOR, ele tinha olhos de amêndoa, corpo de calma, mãos visuais...
e não o agarrara...
Só de o saber prolongava a sua existência... até ao fim.

terça-feira, março 16, 2004

Porquê?

De que serve o esforço duplo da mentira/omissão quando o resultado da verdade é bem mais simples?
O resultado quando revelado é sempre o mesmo:
Omissão= Desilusão
Mentira = Decepção

Porquê?
Faz sentido?

Post pseudo-reflexivo

segunda-feira, março 15, 2004

Vontade Real

Queria levar-te por entre os olhos, desviar-te das sombras que deixo...
Queria beijar-te os ossos, sentir-te o cheiro das cores no permeio da vida....
Queria tocar-te cabelos, descer falanges de lágrimas e alimentar-te o coração com traços de histórias vividas, de sítios contados, de gentes trocadas pelas vidas.

Queira eu tanto, que o meu querer deixe de o ser...