quarta-feira, novembro 05, 2003

Abraço

Abraça o meu abraço,
e abra aspas da couraça...
Casca, roupa, até à poupa
mesma voz antes da boca
onde a mesma siamesa dorme acesa
debaixo d’água
Abraço meu, do meu abraço
solução do meu suor
na nossa massa mágica
absorve,
engole como sem sumo
sou no meio o meu aberto
peito perto, aperto o céu
no voo cego que amalgama
a nossa sombra
escuridão que orbita envolta
cruza a curva do contorno
que te sobe
quando encontra outro contorno
que devolve a mesma sua carne
pele em forma líquida abraçada
mesma agora quem me abraça
quem me abra

dedicado CAT S