sábado, outubro 25, 2003

Homem-Máquina

O motor trabalha, atrapalha o silêncio
o seu matraquear na minha cabeça, vem já de dentro, ritmado
dou por mim a tremer com ele
Sou homem-máquina já
acelero a vida, travo na curva da evolução,
meto uma abaixo, meto-me em baixo
Ultrapasso o espaço que me segue
passo num cruzar de estradas vivas
Estou no red-line, grito já num todo
Estou a rebentar...
Metes-me outra?
Estou esgotado;
Esta estrada que me leva a sitio nenhum, não acaba
acaba comigo, sozinho aos gritos.
Fujo, acelero, fujo do tempo-espaço que sobranceiramente me aperta e trava.

Vejo uma silhueta ao fundo, És tu?
O seu dedo espetado grita auxilio, trava o grito... Estanco num bater calmo.
Abri-lhe a porta. Entrou, calma... quase fria, numa simples música falou.
Meto primeira, largo...
Meto segunda, sigo...
Terceira engrenada, sincronizo a música no grito, já não grito, sigo.
Tenho música numa estrada sem sitio onde ir.
Já há música!
Sigo até ao fim da viagem...
Queres vir também?

à C.S.