sexta-feira, março 12, 2004

imolação querida...

O sol gretava a pele, tornava rígido, tornava-se um homem-cobra, tantas eram as escamas,
o andar tornava-se penoso a cada passada,
a cada dobrar, rasgava-se e no seu lugar dava lugar a crosta...
o que outrora fora líquido-vida, era agora espelho-morte...
nada parava, andava perdido dentro de si sem sair do mesmo lugar,

estava vazio e o deserto que aquecia numa interna e espontânea combustão devorava a gravidade que o puxava para o solo...

caído, quebrou certezas de tanto as olhar, palpou nos ossos quebrados o gosto carbónico da fútil existência.

O corpo guinchava no som indizível, o seu sopro atrai multidões, a cor da dor alagava olhos passageiros, o cheiro da morte dobrava cabeças, rodava sensações... queriam fugir os olhos, mas pendurada vontade de tornar ao animal donde viemos, puxava...
SANGUE, era o cheiro do sangue, o cheiro metálico quase palpável pelas narinas do medo...

tinham que ver, tinham dever...de ver.