...fica o futuro
senti-a fundo nos poros, o grito-agulha desesperava a cada metro avançado...
o feto-nó que se desenvolvia no meu interior, crescia, multiplicava e ampliava o sentimento de perda, nada disto fazia sentido, o racional do lado virava e retorcia na ânsia de respirar, cada metro avançado subia também ele e tentava ocupar o espaço eufórico do medo...
o movimento mecânico, hipnotizante do azul puxava pelo negro buraco que sugava tudo o que sentia e via, era neste momento uma tempestade, revoltas sensações de contrários, estava a mil... só o corpo respondia e mesmo ele escapava à vontade, solto no seu forçar... como se não fosse meu deixando dele só a dor da sua presença, no acido láctico, no arfar de músculos...
hipodérmica verdade revelou o insignificante do meu ser, o negro difuso no azul, o ponto desaparecido no horizonte absorvente... queria voltar, queria estar contigo... sentir-te o cheiro, húmido e áspero, tantas vezes por mim calcado e de ti olhar o onde estou e ver até quão fundo tinha ido, tive que te perder para te ter...
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