terça-feira, fevereiro 10, 2004

Acreditar Imaginado

Acreditava nele... deixava-o pulsar, livre e arritmado, com pulos e trejeitos de vida, na sua cor negra-caudal...
Rebolava à passagem, círculos perfeitos de corpo, rodopiava em busca de si, do seu lado mais extremo... e rodava, abocanhava o imaginário, sentindo no cerrar de dentes o real...até ao sangue, a dor era-lhe indiferente era transparente aos olhos dos sentidos... a convicção com que o fazia deixava-me boquiaberto, pasmo de incredibilidade... Até onde seria ele capaz de ir?, até à morte do corpo e a vitória do objectivo momentaneamente alcançado do imaginário.. do seu amigo-sombra na cauda ali à distância de uma convicção, de uma dentada?
E continuava no seu frémito ladrar ao imaginário rasgando a realidade imposta... era feliz! e eu humanamente limitado às minhas convicções que não me permitem correr atrás de mim e morder de morte o imaginário...