quarta-feira, fevereiro 04, 2004

Medidor de Pulso

Acabado de sair, entrava pela estrada a convicção de um corpo...
a entrada no preto dizia que tinha já um futuro adivinhado... breve e tracejado, branco-negro no caminho deixava reflexos de um passado enquadrado, na moldura de um tempo presente, em rugas e tensões repuxadas, rebuscadas...
seguia como o tinha feito, num passado que lhe era próximo, revia-se em nenhum próximo, uno e singular, sorria à passagem do tempo, olhava-o no pulso, tinha-o ali, preso; sem ter a noção, preso estava ao futuro como o passado que era já presente... revivia-o e vivia-o, todos os dias no mesmo, o mesmo tempo, o mesmo passar, umas devagar outras embaladas pelo nervoso de chegar ali ou aqui, mas todos os dias o presente era o passado sem futuro...Dava voltas de 360º e ficava na mesma, ficava a mesma escuridão que o abraçava e libertava... Assim, todos os tempos, no marcar do dia, no bater das horas, no tic-tac dos minutos entre a pressa dos segundos, tudo e todo no seu pulso.