terça-feira, fevereiro 17, 2004

Stressado?

Sentia que estava a fugir...
Deixava de ter forças, sentia que estava num qualquer culminar, o coração batia desenfreadamente, o cérebro retroava fundo e não deixava...
A força de mim para dentro e o que dela saía assustava-me, era quase maquinal... não tinha controlo sobre ela... fluía-me, escorria-me, esvaziava-me e estava cada vez mais cheio, cada vez mais célere, cada vez mais... não conseguia escrever à velocidade dos dedos, voavam no teclado-piano e a música saia-lhes aguda e sem olhos a acompanhar a dança, rolava... enrolava, cada vez mais o pensamento, já me tinha perdido, já o tinha perdido. Recuperava agora lenta e calmamente a calma necessária, tinha de abrandar, tinha de ficar, calmo, sereno, Seleno de lápis de carvão na mão e desenhá-la límpida quase cristal baço, ouvir a sua luz cá dentro... mais forte que o sol, mais cheia e maior no tudo e no todo.

Dedicado à calma da Lua que trazes dentro de ti