No fio do sonho...
?que pasa chico?
hoy he ido a tú casa pero no he visto tu perro... ?que á pasado? !donde fuera ese cabron!
Ouvi dizer estas palavras enlevadas pelo térmico restolhar dos lençóis, dobrei o corpo na ânsia de continuar na história, deixei a meio o filme, tinha sido interrompido pelo gritar desesperado do despertador, tinha que fazer um intervalo de algumas horas, e voltar mais tarde a retomá-lo... tinha esperança de apanhá-lo na esquina do sono, ou sonho feito, a história agarrara-me de principio e a urgência de chegar até ao seu ocaso era premente, corro já para a cama, deixo o dia nas costas, passei por ele sem ele sequer me ter tocado, corpo presente somente... assim que deitei derme na costas da cama, senti dobrar também e gemer confortada pelo regresso... revolvi, remexi, não encontrei o fio... e a meada ficou assim perdida e o cão ficou perdido a criança triste e eu perdido estou na ânsia de chegar a fim... corro todos os dias pelo seu fim e no recomeço desperto a sensação de nunca mais o retomar... acredito, na esperança pendurada diariamente.
Comando a vida atrás do sonho perdido.
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