quinta-feira, julho 01, 2004

Roçava o tempo devagar, passava pelo corpo...
Doía-lhe saber que avançava para trás, que o dominava.
Abrira a janela e olhara para baixo, lá onde o mundo cruzava corpos nos encontrões da vida, inspirara vontade e no desfocar repentino do infinito ali acabava, tornara tudo tão simples. Decidira viver, deixar a vida, os cânones, as regras e o passado que era presente nada lhe significava já.
Algures no tempo tinha perdido o rumo, algures naquela cidade ficara o seu coração, enterrado, encaixotado, deixara-o com as ritmadas pancadas de terra seca, terra seca na madeira, aquele som tinha, detinha o seu coração...
Deixara-a lá, só...fria, sem cor e com o seu coração...
Ia recomeçar...
Já.