quarta-feira, junho 30, 2004

Desilusão térrea

Deixaste-me cair de entre os olhos, escorri todo pelo que era teu, saí...
enlevado por uma brisa nocturna, arrefeci-te o espirito, transformei corpo em sólido aquoso. Rasguei-te, alma, corpo, crenças...
Derramei pelo chão que te suportava, entranhei por entre pedras, e desci... continuei a descer a onde me pertencia...
A cidade era de betão, descarnado metal, deixava cair derme-cimento, mostrando ossos-ferro onde por entre as brechas nascia o verde. No ar cruzado, gralhas. Corpos nus, promíscuos, enrolavam-se e mutavam almas. Era o vento que lhes tirava o cheiro rodeante, tirava e gretava-lhes a pele até ao sangue exposto. Era assim o céu.
E descia... Continuava a descer...
Voltava ao que pertencia, debaixo, por baixo, lá... no inferno.
Voltei.

3 Comments:

At 6:42 da manhã, Anonymous Anónimo said...

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At 8:04 da tarde, Anonymous Anónimo said...

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At 8:34 da tarde, Anonymous Anónimo said...

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