Acordo os olhos...
foco o redor, desfocam...
Foco o avivar da respiração, cadente, quente em tons de nuvem...
Estico, distendo braços e pernas dormentes...
Volto e revolto, fico e vou... Caio no real do sonho, acordo a sonhada realidade
Acordo os olhos...
rasgo sorriso no fogo do astro, no tilintar espanta-espiritos empurrado pelo veludo de uma nortada súbita...
ouço-o quebrar... longe, cadente, raivosas espumas imaginadas, ondas moribundas com chamamentos prementes... vozes cansadas, cordas dobradas... longe.
No carro, motor sistólico, em dança aritmica que me leva até ele... cigarro no bolso da boca, mãos frenéticas ondulam em circulos...
Mais um minuto...
Paro o carro, paro a vida... miro-o, sem o ver... cospe-me na cara verdades, esteve e estará...
e eu... ficarei numa estrada, a meio do caminho, entre este e aquele ponto, algures...
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